Que tal começar o ano continuando nossa jornada pela encantadora Ilha do Bororé? Desta vez, seguimos até a Balsa Taquacetuba, que conecta São Paulo a São Bernardo do Campo, atravessando o exuberante cenário da Represa Billings.
Partindo da Capela de São Sebastião
Lembram do antigo armazém ao lado da capela? É dele que iniciaremos nosso trajeto.
Seguindo pela Estrada de Itaquaquecetuba, atravessamos uma charmosa zona rural, repleta de sítios, casinhas típicas e, claro, avistamos animais como cavalos, vacas e até jumentos.
Falando sobre animais, infelizmente, um problema recorrente na ilha é o abandono de animais domésticos.
Próximo à capela, avistei um cartaz colocado por uma senhorinha alertando sobre a gravidade dessa situação. É um lembrete de que cuidar da fauna local também faz parte da preservação do ambiente.
Pelo Coração da Ilha
Para quem acompanha o blog, vale mencionar que há duas escolas na região: a Escola Estadual Professor Adrião Bernardes, um ponto de referência importante na quase ilha, e a CEI Luiza Sophia Roschel.
Seguindo a nossa aventura (praticamente no meio do mato), avistamos de longe o pontilhão do Rodoanel sobre as águas da Represa Billings.
Após uma caminhada de 15 a 20 minutos pela estrada quase deserta, chegamos ao comércio local, onde encontramos algumas surpresas.
Lá, você pode almoçar, tirar xerox, fazer pequenas compras e até trocar o botijão de gás. Uma experiência autêntica e peculiar, que só a Ilha do Bororé oferece!
O Rodoanel e a Trilha Surpresa
Depois de várias curvas, subidas e descidas de difícil acesso, encontramos pelo caminho uma guarita abandonada, praticamente ao lado do Rodoanel.
Falando do Rodoanel, admito que, neste momento, fui um pouco imprudente, pois resolvi pegar uma trilha no mato alto para acessar a estrada – não recomendo.
Aviso Aos Ciclistas
Se você é ciclista, atenção redobrada! As curvas sinuosas e as ladeiras, especialmente nas proximidades do Rodoanel, são traiçoeiras.
Para pedestres, o trajeto é mais tranquilo, mas ainda exige atenção e disposição para aproveitar a caminhada.
Essa parte do trecho sul (entre Parelheiros e São Bernardo do Campo) pode ser perigosa, mas a minha curiosidade foi maior, e essa atitude rendeu uma ótima foto.
O Acesso por Terra
Finalmente, compreendemos porque a Ilha do Bororé é considerada uma península: a única conexão terrestre é a Avenida Paulo Guilguer Reimberg, que começa no Terminal Varginha.
Ainda assim, a preferência pela balsa faz todo sentido – as estradas de terra podem ser desafiadoras, especialmente em períodos de chuva.
Trecho Final
Antes de chegarmos ao nosso destino, o caminho convida à contemplação da natureza. Ao longo da rota, tudo parece fazer parte da Rota Márcia Prado, um trajeto conhecido por sua beleza e desafios.
Dessa forma, adentramos no Bairro Recanto do Sol, o último bairro antes da Balsa Taquacetuba. O maior destaque da região com certeza é o Mirante da Ilha do Bororé, localizado em uma ponta de terra à beira da Represa Billings.
Há até um restaurante por lá! Mas, para não desviar da nossa rota de hoje, a visita ao mirante fica para uma próxima.
Uma curiosidade do percurso é um local que, segundo algumas teorias, pode estar relacionado ao enigmático Caso Guarapiranga.
Embora seja apenas especulação e eu não possa aprofundar o assunto aqui, vale a pena mencionar essa intrigante possibilidade.
Momento Nostalgia
Durante essa aventura, enquanto caminhava a poucos metros da Balsa Taquacetuba e finalizava as fotos do dia, percebi que algo estava faltando.
Tirei uma foto de um ônibus parado, com a natureza exuberante ao fundo e quase sem ninguém por perto, imerso em um silêncio surpreendente.
Esse cenário me transportou para os meus 17 anos, na época do ensino médio, quando eu adorava compor músicas.
Eu passava horas em lugares tranquilos, ouvindo o canto dos pássaros e absorvendo a energia da natureza, o que me inspirava a escrever sobre relacionamentos, amizades e as típicas bobagens adolescentes.
Tanto a Ilha do Bororé quanto as viagens de ônibus rumo ao bairro Barragem eram meus refúgios preferidos para relaxar e deixar as ideias fluírem.
Hoje, embora eu não componha mais, continuo compartilhando minhas experiências aqui no blog, e reviver essa lembrança foi essencial para mim.
Por mais simples que pareça, esse momento de nostalgia precisava estar presente nesta postagem.
A Balsa Taquacetuba
Finalmente, chegamos à Balsa Taquacetuba. Ao contrário da primeira travessia, esta é um pouco mais demorada, proporcionando tempo para apreciar a paisagem e saborear as delícias locais.
Na Ilha do Bororé, os peixes – especialmente tilápias capturadas na própria Represa Billings – são, sem dúvida, a grande atração gastronômica da região.
Praticamente todos os estabelecimentos, desde bares e minimercados até os moradores da ilha, costumam oferecer pratos à base de peixe.
No entanto, um lugar se destaca: o Cantinho do Peixe, amplamente reconhecido e bem avaliado no Google, é uma parada imperdível para desfrutar de pratos típicos e petiscos.
Caso o bar esteja fechado, não se preocupe! Há diversas alternativas, como botecos, para continuar a experiência gastronômica.
Ao lado do Cantinho do Peixe, fica o ponto final da linha 6L11-10 Ilha do Bororé x Terminal Grajaú e uma pequena praça, que, apesar do mato alto, conta com uma quadra, playground infantil e uma academia de ginástica para idosos.
Dessa praça, temos uma vista ampla da Represa Billings. Além dos pescadores espalhados pelas margens, é possível avistar, ainda que à distância, o pontilhão do Rodoanel cruzando a divisa entre São Paulo e São Bernardo do Campo.
Embora tenha registrado esse momento, precisei excluir a imagem devido à baixa qualidade. Ainda assim, compartilho abaixo uma foto da balsa partindo para a região do ABC Paulista, uma das poucas que consegui salvar desse trecho final do passeio.
Próximos Passos
Encerramos por aqui a segunda etapa deste passeio, com muitas descobertas e reflexões. Na próxima parte, exploraremos a travessia rumo a São Bernardo do Campo.
Espero que tenham gostado de explorar mais um trecho da encantadora Ilha do Bororé conosco. Até a próxima travessia!